
Como construção histórica, os fios da autogestão são tecidos por homens e mulheres que insistem ser possível (re)inventar o trabalho. Não sendo cópia e nem decalque (como diria José Carlos Mariátegui), estão assentados na dialética passado/presente/futuro e nas contradições entre realidade e utopia.
No capitalismo, atravessados por questões de classe, gênero, raça/etnia e outros elementos objetivos/subjetivos que constituem o ser e o fazer-se trabalhador/a, os processos de experienciar a autogestão anunciam (e denunciam) que nos fios da reprodução ampliada da vida se entremeiam os fios (in)visíveis da reprodução ampliada do capital.
[414 páginas]
Sumário
Introdução
Vanessa Moreira Sígolo e Flávio Chedid Henriques
Capítulo 1
Construindo pautas coletivas de luta e pesquisas com as empresas recuperadas por trabalhadores no Brasil: o percurso do GPERT
Flávio Chedid Henriques, Alessandra Bandeira Azevedo, Fernanda Santos Araújo, Vicente Nepomuceno, Vanessa Moreira Sígolo, Beatriz Mota Castro, Andrielle Miranda, Maria Alejandra Paulucci, Mariana Baptista Giroto e Sandra Rufino
Parte I - Autogestão pelo olhar da atividade nas empresas recuperadas por trabalhadores: uma contribuição da engenharia popular
Capítulo 2
Uma proposta metodológica para assessoria técnica às empresas recuperadas por trabalhadores a partir da engenharia popular: combinando pesquisa-ação, adequação sociotécnica e análise ergonômica do trabalho
Vicente Nepomuceno, Fernanda Santos Araújo, Tarcila Mantovan Atolini, Lucca Pérez Pompeu, Flávio Chedid Henriques, Beatriz Mota Castro, Alice Oliveira Fernandes, Cícero Hernandez, Paulo Minor e Aline Romanini
Capítulo 3
Carregar e descarregar a concha: o que as minúcias da atividade de um operador de trator podem revelar sobre a autogestão na Cooperminas?
Fernanda Santos Araújo e Vicente Nepomuceno
Capítulo 4
Dialética da autogestão na experiência da Cooperminas: desafios da organização do trabalho e da produção
Fernanda Santos Araújo e Vicente Nepomuceno
Capítulo 5
Dialética da autogestão na experiência da Flaskô: a dinâmica da cooperação a partir da atividade do planejamento e controle da produção
Lucca Pérez Pompeu, Flávio Chedid Henriques, Vicente Nepomuceno, Tarcila Mantovan Atolini, Fernanda Santos Araújo e Cícero Hernandez
Capítulo 6
Comtern: cooperativismo sinônimo de autogestão?
Sandra Rufino e Andrielle Miranda
Parte II - Entrelaçando outros olhares desde as experiências de empresas recuperadas por trabalhadores no Brasil
Capítulo 7
Usina Catende silenciada: reflexões sobre a crise da luta da autogestão dos trabalhadores da cana em Pernambuco
Vanessa Moreira Sígolo
Capítulo 8
Memórias de trabalhadores “sem classe”: a experiência da Coopertiva de Produção de Parafusos do Rio de Janeiro - Cooparj
Juliana Marques de Sousa
Capítulo 9
A luta pelo direito ao trabalho nas empresas recuperadas pelos trabalhadores: a experiência da CDM
Maria Alejandra Paulucci
Capítulo 10
Autogestão e a cultura da segurança do trabalho na Metalcoop e na Copromem
Alessandra Bandeira Azevedo, Sueline Souza e Anastácio Pinto Gonçalves Filho
Capítulo 11
Vivenciando o ser mulher em uma mina de carvão
Fernanda Santos Araújo e Bruna Mendes de Vasconcellos
Conclusão
Autogestão a partir da prática nas empresas recuperadas brasileiras
Flávio Chedid Henriques, Vanessa Moreira Sígolo, Fernanda Santos Araújo e Vicente Nepomuceno
Sobre as autores e autores