As análises foram realizadas, em primeiro plano, a partir dos processos acumulados na Ocupação Solano Trindade, organizada pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) no município de Duque de Caxias, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A atuação na Ocupação, através da extensão universitária da UFRJ e de um coletivo de assessoria técnica, revelou que a produção dos espaços comuns é orientada, principalmente, pela ação coletiva engajada na organização do trabalho autogestionário que visa a sustentabilidade econômica das famílias envolvidas.
As noções de “comum” e de “economia solidária” foram utilizadas como categorias analíticas para associar o direito à cidade ao direito ao trabalho digno no caminho para a construção de uma outra cidade orientada pelo bem-estar de todos. Assim, o objeto da pesquisa se desdobra, em segundo plano, em uma análise de outras iniciativas de trabalho coletivo organizadas pelos trabalhadores em empreendimentos habitacionais no Brasil.
As experiências concretas de produção do espaço urbano por autogestão são entendidas como insumos para pensar a atualização da agenda da reforma urbana. Nessa atualização a dependência recíproca entre o direito ao trabalho e o direito à cidade se estabelece como tema estratégico para lutas futuras.
Sumário
Nota | Flávio Chedid Henriques
Prefácio | Cláudio Rezende Ribeiro
Introdução
1. A produção do espaço comum e a luta pela desmercantilização da cidade
1.1 O “comum” e as ocupações urbanas de moradia
1.2 Usos históricos do termo “comum”
1.3 “Loteamento x Condomínio”: o “comum” como categoria analítica em Solano Trindade
1.4 Autogestão, extensão universitária e o confronto de saberes e valores: a produção do “espaço comum” em Solano Trindade
1.4.1 A conquista da terra e os primeiros mutirões
1.4.2 O plano participativo de ocupação do terreno e o projeto das novas moradias
1.4.3 Os edifícios de uso coletivo
1.4.4 A frente agroecológica
1.5. O comum e o trabalho coletivo
2. A economia solidária e a reforma urbana: dois campos de luta e um princípio comum
2.1 O “comum” e a Economia Solidária
2.2 A organização do trabalho coletivo na Ocupação Solano Trindade
2.2.1 O trabalho reprodutivo comunitário: a cozinha coletiva e o quintal produtivo
2.2.2 O trabalho mercantil autogestionário: a cozinha geradora de renda
2.2.3 A sustentabilidade socioeconômica dos empreendimentos populares e o papel do Estado
3. A cooperação nos espaços comuns dos empreendimentos habitacionais populares: caminhos para a ampliação da agenda da reforma urbana
3.1 Rio Grande do Sul
3.1.1 Comunidade Autônoma Orquídea Libertária
3.1.2 COOTRAHAB São Leopoldo
3.2 São Paulo
3.2.1 União da Juta
3.2.2 Paulo Freire
Considerações finais
Referências
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Ano de lançamento:
Tamanho: 14,8x21cm
212 páginas
ISBN: 978-65-86620-42-9