A história da autogestão vista como um processo cíclico, revivida em momentos díspares, tanto em contextos defensivos da luta dos trabalhadores como em processos revolucionários, é o que Cláudio Nascimento chama de “lutas pela autogestão”. Muito antes de se tornar livro, esta publicação já era a principal referência para quem buscava uma perspectiva não eurocêntrica dessas lutas. Sem deixar de pontuar os importantes debates teóricos e pioneirismo das experiências do velho mundo, o autor amplia o leque de opções do que entendemos por autogestão a partir de casos na África, Ásia e América Latina. Ao conectar os tecelões de Rochdale aos cortadores de cana de Catende, experiências com mais de um século de distância entre si, Cláudio busca analisar os diferentes ciclos que nos ajudam a compreender os elementos conjunturais e estruturais que favorecem o surgimento dessas práticas pelo mundo. Trata-se de uma publicação fundamental não apenas para estudiosos do tema, mas para todos aqueles que querem fazer parte dessa página da história da luta dos trabalhadores.
FLÁVIO CHEDID HENRIQUES | SOLTEC/NIDES/UFRJ
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Sumário
Nota do Conselho Editorial | Maurício Sardá de Faria e Henrique Tahan Novaes
Apresentação
Parte I - As experiências das comunidades autogeridas - séculos XVII e XVIII
Origens da práxis autogestionária (E.P.Thompson)
Owen: New Lanark
Economia Moral da Multidão
A Classe Operária e o capitalismo:
Lutas contra a miséria
Os “passeios” de Flora Tristan
Os novos escravos: o operário e a mulher
Os “Comuneros” na América Latina e Central
A rebelião de Tupac Amaru
Os comuneros de Nuestra América
Parte II - Os ciclos das lutas autogestionárias – teoria dos ciclos
João Bernardo
Mario Tronti
Daniel Guerin
Mario Pedrosa
Berverly J. Silver
Parte III - As experiências históricas - século XIX
A revolta dos Canuts, Lyon, França, 1831-1834
A revolta dos tecelões na Silésia, Alemanha, 1844
Rochdale, Manchester, Inglaterra, 1844
A Comuna de Paris, França,1871
Parte IV - O ciclo das lutas autogestionarias após a Revolução Russa de 1905
A Comuna de Morelos, México, 1910
A Revolução Soviética, 1905-1917
A Comuna de Spartacus, Alemanha, 1919
A República dos Conselhos Operários da Hungria, Budapeste 1919
Os Conselhos Operários de Turim, Itália, 1919-1920
A Autogestão nas Coletividades rurais, Espanha 19936-1939
Parte V - O ciclo das lutas autogestionárias no pós 2ª guerra, na Europa
Autogestão na cidade de Proudhon e Fourier, Besançon, França 1973
Ocupação de empresas e autogestão na Bélgica, anos 1970
O “Outono caldo” na Itália, os Comitês Unitários de base
As “Comissões de Trabalhadores” na “Revolução dos Cravos”, Portugal, 1974
As Comissões Operárias na Espanha, anos 1970
Parte VI - O ciclo das lutas autogestionárias no pós 2ª guerra, no leste europeu
Introdução: Revoltas, rebeliões e revoluções
Iugoslávia, a autogestão como sistema,1950-1970
A revolução na Hungria, 1956
A “Primavera de Praga”, uma revolução de conselhos de trabalhadores, Tchecoslováquia 1968-1969
Polônia, as lutas operárias nos anos 1970, e a construção da Rede Autogestionária (1980-1981)
Parte VII- O ciclo das lutas autogestionárias na Ásia
A Comuna de Shangai, China,1966
A Autogestão à japonesa (jishu-kanri), anos 1970
Parte VIII – O ciclo das lutas autogestionárias na África
O Sistema Autogestionário na Argélia, anos 1960
A autogestão “nasserista”, no Egito, anos 1960
Parte IX – O ciclo das lutas autogestionárias na América Latina
Bolívia: a central obreira boliviana e a Revolução de 1952
Revolução nicaraguense
Argentina: a crise de hegemonia, as lutas operárias e o “Cordobazo”
Chile: a área de propriedade social e os “cordões industriais”
A autogestão em debate na Venezuela
Brasil: a greve de Osasco-SP em 1968 e as oposições sindicais
Argentina - o movimento das “empresas recuperadas”
A Economia Solidária no Brasil
A modo de conclusão
Referências
Sobre o autor
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Ano de lançamento: 2019
459 páginas
Tamanho: 16x23 cm
ISBN: 978-85-53104-16-1