Formação por Alternância, inspirada na Pedagogia da Alternância praticada pelos CEFFAs, começa a ser apreendida e apresentada como um conceito diferenciado, inscrito no movimento da Educação do Campo no Brasil. Dialoga com os princípios fundamentais da Pedagogia da Alternância e os ressignificam em suas práticas e reflexões. A Formação por Alternância destaca como centralidade inovadora: a estratégia de organização escolar em diferentes tempos e espaços educativos, dinamizando o ensino e aprendizagem no tempo escola e tempo comunidade ou universidade; a organização do trabalho pedagógico dos/as educadores/as; a organização do planejamento curricular o e processo de produção do conhecimento, na perspectiva da práxis crítica e transformadora.
Na organização escolar em tempos e espaços: escola-família-comunidade, a Formação por Alternância amplia o território educativo. A interlocução dos tempos e espaços faz interagir os conhecimentos que ocorrem nas diferentes experiências formativas em que os sujeitos participam. Propicia-se com isso, aproximações com os saberes que ocorrem na vida cotidiana dos próprios sujeitos, nos processos de trabalho e nas práticas culturais.
Na organização coletiva do trabalho pedagógico, a Formação por Alternância amplia a perspectiva do trabalho educativo, envolvendo na cena educativa, os próprios estudantes, seus familiares, gestores/as, lideranças comunitárias, organizações e movimentos sociais, culturais e sindicais, profissionais etc., numa perspectiva de parceria coformadora com o território. Promover a articulação da formação dos sujeitos com o espaço da produção da existência fortalece o trabalho como princípio educativo, a unidade do trabalho intelectual e manual, desafia a dicotomia teoria e prática, valoriza os saberes das experiências dos sujeitos na sua diversidade de produção das condições de existência, seja no campo, nas águas ou nas florestas.
O trabalho pedagógico em um coletivo desafia uma outra forma de organizar e planejar o currículo fundamentado em diagnóstico participativo, entre parceiros coformadores. Os saberes do trabalho, das práticas culturais de diferentes tradições, da ciência e da tecnologia, são planificados de forma inter e transdisciplinar, provocando outra lógica no processo de produção e socialização do conhecimento.
Na produção do conhecimento, a Formação por Alternância constrói outra relação em que a realidade do território constitui-se em princípio e fim do processo educativo. A pesquisa é um princípio metodológico central. Envolve todos os sujeitos participantes dos processos educativos a produzir conhecimentos articulando teoria e prática, saberes vivenciais e acadêmico-científicos. A pesquisa participante, torna as comunidades sujeitos educativos e coprodutoras de conhecimentos, numa perspectiva crítica e comprometida com a transformação da realidade. A pesquisa, e outras tantas mediações didático-pedagógicas apropriadas, são centrais para proporcionar a indissociabilidade na alternância dos tempos e espaços formativos: escola-família-comunidade-território.
Os autores
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Sumário
Glossário
Apresentação | Os organizadores
Prefácio – 2ª edição| Maria Isabel Antunes-Rocha
Prefácio – 1ª edição| Roberto Telau
Introdução
Primeira Parte - Origens e desenvolvimento da Pedagogia da Alternância
1 | Origem, expansão e contextos da Pedagogia da Alternância
2 | Os quatro pilares dos CEFFAs
3 | Conceitos e princípios da Pedagogia da Alternância
3.1. Conceitos da Pedagogia da Alternância
3.2 Princípios da Pedagogia da Alternância
3.2.1. Um Projeto Educativo Vinculado à Produção Sustentável da Vida e a um Projeto de Campo e Sociedade
3.2.2. A Organização dos Tempos e Espaços Escola-Família-Comunidade
3.2.3 A Experiência como Ponto de Partida e a Unidade Teoria e Prática
3.2.4. Protagonismo e Auto-Organização dos Sujeitos
3.2.5. Mediações Pedagógicas Específicas da Pedagogia da Alternância
3.2.6 Uma Rede de Parceiros na Formação
3.2.7 Um Trabalho Pedagógico em Equipe
3.2.8 Um Ambiente Educativo Apropriado
4 | A Pedagogia da Alternância na legislação educacional brasi-leira
Segunda Parte - Práticas de Formação por Alternância na Educação do Campo
5 | Formação por Alternância em outros contextos de educação e formação
5.1 A Formação por Alternância na educação básica em escolas do campo
5.1.1 A Alternância em Escolas públicas municipais
5.1.2 A Alternância na Rede pública estadual
5.1.3 A Alternância na Rede pública Federal
5.1.4 A Alternância em Programas Governamentais
5.1.5 A Alternância em contextos de Movimentos Sociais
5.1.6 Formação por Alternância na Educação Profissional em Contextos Corporativos
5.2 A Alternância em contextos corporativos
5.2.1 Formação de Educadores da Alternância em Alternância
5.2.2 A Alternância na Formação de Educadores da Reforma Agrária
5.2.3 A Formação por Alternância nas Licenciaturas em Educação do Campo
5.3 A Alternância no Ensino Superior
5.4 A Alternância na pós-graduação
6 | A Formação por Alternância na pesquisa acadêmica
Terceira Parte - Desafios e possibilidades da expansão e consolidação da Formação por Alternância nas Escolas do Campo
7 | Desafios e possibilidades para implementar a educação por Alternância nas Escolas do Campo
7.1 A Formação por Alternância no regimento escolar
7.2 A Formação por Alternância no projeto político pedagógico da escola do campo
7.2.1 Organização dos tempos e espaços escolares
7.2.2 O currículo escolar em Alternância
7.2.3 Calendário escolar em Alternância
7.2.4 Infraestrutura necessária para uma escola em Alternância
7.2.5 Trabalho docente em equipe, assessoria pedagógica e formação continuada
7.2.6 Níveis e modalidades de ensino
7.2.7 A gestão na escola do campo em Alternância
7.2.8 Sujeitos da Alternância
7.2.9 Territorialidades da escola do campo em Alternância
8 | Procedimentos metodológicos para implementação de uma Escola por Alternância
Considerações Finais
Referências
Sobre os autores
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Ano de Publicação - 2a edição: 2023
Tamanho: 15x21 cm
Número de páginas: 161
ISBN: 978-85-53104-76-5