Existe no Brasil um gênero literário, um tipo de poesia predominantemente narrativa, que é produzido e publicado ininterruptamente há mais de 120 anos. Emerso longe dos círculos da intelectualidade urbana, circunscrito à região hoje denominada de Nordeste, este gênero parece ser resultado de uma elaboração própria, autóctone, gestada de acordo com as condições socioeconômicas e culturais daquele espaço geográfico e daquele período histórico específicos. Trata-se do que se conhece largamente por literatura de cordel, que aqui optamos por chamar de cordel brasileiro, a fim de fazer a necessária distinção entre a poética nordestina e a tradição editorial portuguesa. Desse modo, partindo da premissa de que o cordel tem origem brasileira, realizamos nesta obra uma investigação acerca do nascimento do gênero em questão e da sua respectiva função social, tendo como base o materialismo histórico-dialético, mais especificamente, lançando mão de categorias da ontologia e da estética marxistas desenvolvidas pelo filósofo húngaro György Lukács.
---
Sumário
Notas para Eduardo | Deribaldo Santos
Apresentação | Ruth de Paula
Nota do autor
1. Versos primeiros
2. O gênero literário do cordel brasileiro
3. Ontologia e estética lukacsianas – breves considerações
4. História, sociedade e economia nordestinas: a base material sobre a qual se ergueu o cordel brasileiro
5. A gênese do cordel brasileiro no solo do nordeste: breve apanhado analítico de um corpus de poemas
6. O papel do cordel brasileiro na formação humana
7. Considerações finais
Referências
Sobre o autor
---
Ano de lançamento: 2023
226 páginas
Tamanho: 14,8x21 cm
ISBN: 978-65-85404-23-5