O que pode explicar, em pleno século XXI, a permanência da escravidão moderna que se tonou parte constitutiva da tragédia brasileira? Como é possível que, em plena era do trabalho digital e informacional, dos algoritmos, inteligência artificial, big data, internet das coisas, 5G etc, a aberração da escravidão do trabalho persista? É exatamente para ajudar a desvendar essa realidade que Marcela Soares oferece seu estudo. Sua explicação orienta-se pela análise histórica que estruturou a miséria brasileira. País que se gestou a partir do dito “Descobrimento” (quando o correto seria falar em invasão, massacre e devastação). Foi durante o processo de colonização que se gestou uma sociedade senhorial, escravista, patriarcal e subordinada que se constituiu destruindo o trabalho autônomo e comunal presente nas atividades indígenas. E o substituiu pela escravização dos povos africanos que foram brutalmente transferidos de seu mundo para a nascente colônia. - Ricardo Antunes - UNICAMP
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Sumário
Prefácio - Adrián Sotelo Valencia
Apresentação
Capítulo I. Escravidão contemporânea no Brasil
1.1. Breve histórico do combate à escravidão contemporânea
1.2. Algumas expressões da escravidão contemporânea no Brasil
1.3. A escravidão contemporânea no Brasil e suas tipificações
Servidão por dívida
Condições degradantes de trabalho
Jornada exaustiva
Trabalho forçado e sem alternativas
1.4. Conclusões do capítulo
Capítulo II. Da escravidão à superexploração: componentes histórico-estruturais da força de trabalho
2.1. Particularidade latino-americana: o processo de mercantilização do trabalho no Brasil
2.2. Capitalismo dependente brasileiro: precariedade e superexploração da força de trabalho
2.3. Opressões e superexploração da força de trabalho brasileira
2.4. Conclusões do capítulo
Capítulo III. A persistência de formas contemporâneas de escravização no Brasil
3.1. Contrarrevolução e contrarreformas
3.2. Expansão, pulverização e controle total: impactos nas condições de trabalho
3.3. Trabalho escravizado contemporâneo ou condições estruturais da exploração da força de trabalho no Brasil?
3.3.1. Superexploração da força de trabalho e escravidão contemporânea no Brasil
3.4. “Novas” e “velhas” modalidades de trabalho: a plataformização do trabalho
3.4.1. Entre o ganho e o game
3.5. Conclusões do capítulo
Capítulo IV. Uma antítese à escravidão contemporânea
4.1. Desenvolvimento desigual: direitos humanos e os determinantes ontológicos do capitalismo
4.2. A “agenda” mistificada da precarização
4.3. Caminhos para a dignidade do trabalho
Referências
Sobre a autora
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Sobre a autora
Marcela Soares é bacharel, mestre e doutora em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estágio pós-doutoral em Sociologia do trabalho na Universidade Estadual de Campinas. Professora da Escola de Serviço Social e do Programa de Pós-graduação em Serviço Social e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense.
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Ano de lançamento: 2022
Tamanho: 16x23 cm
Número de páginas: 353
ISBN: 978-85-53104-52-9