Júlio Barassa Neto submete a exame criterioso a experiência petista de governo, no período de 1988 a 2004, tomando como objeto de crítica e análise conceitos canônicos como cidadania, Estado de direito e representação, indicando seus limites e suas contradições.
Se a crítica impede o caminho fácil da adoção do conceito de cidadania, com seu duplo caráter prescritivo e descritivo (o segundo subordinado ao primeiro) como instrumento conceitual privilegiado para a análise política; Júlio também não cai no outro caminho fácil de considerá-la um mero artifício da dominação, sem substância real.
Da ideia de “o povo no poder” à de legitimação “do poder pelo povo”, eis a transformação sofrida pelo Partido dos Trabalhadores na sua história de luta e de governo, que este livro põe à disposição do leitor.
Certamente não é uma mudança banal, mas de forma e de conteúdo político que, se por um lado, frustrou muita expectativa militante, por outro, fortaleceu uma percepção de direitos sociais, agora combatida ferozmente.