O autor faz uma análise primorosa das condições sob as quais vivem no México os povos originários da região de Oaxaca em sua luta por uma vida autônoma e digna, a começar pelo direito de organizar seu próprio sistema educacional.
Dessa luta emergem práticas e conceitos que nos remetem aos tempos ancestrais onde a solidariedade, a igualdade e o coletivismo eram – e são – elementos estruturais de uma sociedade agredida, mas ainda não eliminada, pelos incessantes ataques do colonialismo que se iniciou no século XVI e permanece ativo, em formas sempre renovadas até os dias atuais.
Ao mesmo tempo, faz um estudo das vias pelas quais se dá a “vertebração empresarial da sociedade”, conforme descreve o sociólogo Mauro Jarquín; ou seja, como as formas de organização do trabalho, da vida social e educacional são pautadas pelos critérios de produtividade e rentabilidade do capital. Aliadas ao etnocídio e ao genocídio, estas mudanças educacionais também são combatidas pelas lutas populares em Oaxaca, analisadas neste livro e que envolvem múltiplas esferas da realidade social. - Lúcia Bruno - USP
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Sumário
Apresentação | Lúcia Bruno
CAPÍTULO INTRODUTÓRIO
“Me ensina a fazer barricadas”
Colônia
“Deixaremos de ser ativistas quando vocês deixarem de ser uns m...”
CAPÍTULO O 1 – MATAR
Colonialismo nosso de cada dia
“Ocidente, onde morre o Sol”
Vertebração empresarial da sociedade e a linguagem neoliberal da Educação
Atualidade da acusação à sociedade industrial
O fim de mundo capitalista é somente uma possibilidade capitalista
CAPÍTULO 2 – VIVER
“Basta de dizerem o que temos que fazer”
Ingovernáveis: livres da obsessão de pensar como Estado
Educação como aparelho de ocupação
“Más allá de la educación”
Cosmovisão Mesoamericana, Poder Político e Apoio Mútuo
A vida comunitária é cheia de repulsa ao Estado
Comunalidad e Educação Comunitária em Oaxaca
A Comunalidad não é uma teoria pós-moderna, nem moda. É política.
As Festas: O caráter político comunal é reforçado
Onde o governo não tem vez
Educação própria
A Educação Comunitária redefine a relação com o Estado 106
Nidos de Lengua
Secundárias Comunitárias Indígenas (SECOIN)
A valorização do trabalho comunitário como componente de aprendizagem
O PTEO, enfrentamento aberto ao Estado
Em meio à guerra de extermínio: educação intercultural em uma sociedade desigual
Nochixtlán, assassinatos em nome da Reforma Educativa
Em nome do lucro: a militarização e a violência são os componentes novos da atual Reforma
Considerações Finais
Reforma Empresarial Educativa na era do Capitalismo de Vigilância
Referências Bibliográficas
Sobre o autor
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Ano de lançamento: 2021
Tamanho: 16x23cm
255 páginas
ISBN: 978-65-86620-55-9