A perspectiva que aqui se expõe é a de um espetador comprometido e apaixonado com o grande espetáculo da humanidade. Não a de um ator que tivesse interagido efetivamente com a sua circunstância e aprendido mediante a avaliação de tentativas e erros próprios. Não estive na linha da frente. De todo o modo, o movimento anticapitalista global está ainda numa fase de formação e de definições elementares. O que aprendi, devo-o unicamente ao estudo e à reflexão, em grande medida solitária, sobre a experiência passada (aí incluída a mais recente) dos movimentos de resistência e emancipação das grandes massas laboriosas e conviventes. A história das suas lutas contra constantes agressões crematísticas que lhes são dirigidas já vem muito de trás. Muito para lá de Marx e do movimento operário, esses nossos contemporâneos. Ganhar-se-á, porventura, alguma coisa em tomar consciência plena disso. A sucessão dessas lutas é também, assim o espero, uma progressão contínua na sua autoconsciência. Até que luta, consciência e libertação se tornem, por fim, um único gesto contemporâneo a si próprio.
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Sumário
Prefácio à edição brasileira
Duas palavras necessárias
1. Constância, transformação e ruptura
2. Novos rumos do comunismo
3. Os segredos da «sociedade da informação»
4. Notas sobre o estado actual da questão imperialista
5. Que outro mundo é possível?
6. O caso Snowden
7. Democracia, capitalismo e revolução
8. O Brasil nas vascas do neofascismo
Índice remissivo
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ÂNGELO NOVO é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra - Portugal. Nesta cidade, participou intensamente no movimento associativo estudantil, foi militante ecologista e secretário da redação da revista Vértice. Foi depois jornalista e advogado na área do Grande Porto. Foi ainda redator ou colaborador permanente em diversas revistas culturais e de intervenção política, designadamente Última Geração e Política Operária. É autor do livro de poemas Exílio de Caim (1992) e do volume de ensaios O estranho caso da morte de Karl Marx (2000), para além de outras aventuras coletivas em ficção e poesia. Desde 2005 é editor da revista eletrónica O Comuneiro, de publicação semestral, onde procura manter uma tribuna de debate teórico e estratégico para o movimento anticapitalista no mundo da língua portuguesa: http://www.ocomuneiro.com/Tamanho: 14,8x21cm
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Ano de Publicação: 2021
292 páginas
Tamanho: 14,8x21 cm
ISBN: 978-65-86620-46-7